segunda-feira, 9 de julho de 2012

Vende-se chá de erva-doce numa lata de Milo

A água de mandioca é tragada a todo vapor, e os panos de chão torcidos arrebentam as mãos, mas aqui no hospício (planeta Terra) é bom porque eu posso brincar de juntar palavras formando textos policromáticos e insalubres a toda visão.

Visão é uma placa de vidro entre o palco e o crânio, aquela placa curva de osso que tem recheio de cérebro, e os miolos de macacos temperados com manjericão exalam um cheiro acredoce de feno molhado e pisado, como acontece só no Verão. Porque no inverno o feno não molha e o arco-íris é insípido e parece um vapor fervente e insaturado. O arco-íris é um tecido esgarçado e desbotado que viaja do sol até a nuvem e aí chove Milo, que engravida de erva-doce e exala grãos de mostarda enquanto cozinha agriões com alfarrobas temperados com marzipãs feridos como moscas acuadas, tímidas porque suas asas foram acusadas de serem responsáveis pelos seus voos e os aviões não estavam aguentando tanta concorrência assim.